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| Foto Ricardo Duarte/Internacional |
A última rodada do Campeonato Brasileiro foi um retrato da tensão que define a luta contra o rebaixamento. Para o Internacional, o alívio só veio no apito final, após uma vitória dramática e uma combinação de resultados que beirou o milagre. O clube escapou do abismo, mas a comemoração teve o gosto amargo de um resgate oneroso.
A permanência na elite foi garantida, mas não sem um custo direto e revelador. Para evitar a queda, a direção colorada precisou abrir os cofres, expondo não apenas uma crise de campo, mas as cicatrizes de uma gestão errática que pagou caro para simplesmente continuar onde sempre deveria estar.
Horas antes da partida decisiva, a direção do clube quitou os direitos de imagem que estavam atrasados há meses. Resolver essa pendência não foi um mero ato administrativo, mas uma manobra essencial de vestiário.
Com as dívidas sanadas, foi estabelecida uma recompensa extra de R$ 4 milhões pela permanência na Série A. Esse valor, a ser dividido entre os jogadores, dependia não apenas da vitória sobre o Red Bull Bragantino, mas também de uma combinação de resultados em outras partidas. A medida é o sintoma de uma crise profunda.
Um clube da grandeza do Internacional recorrendo a uma premiação para cumprir a obrigação mínima revela que os motivadores tradicionais, o peso da camisa, a história, o apoio da torcida, já não eram suficientes.
Embora a sobrevivência tenha sido alcançada, a necessidade de recorrer a um bônus milionário expõe a profundidade do estrago acumulado nos últimos cinco anos. O alívio momentâneo não apaga as falhas de planejamento, e o dano é triplo: esportivo, pela campanha medíocre que mancha a reputação do clube; institucional, pela exposição de uma gestão que precisou de dinheiro para resolver uma crise técnica; e financeiro, por um gasto imprevisto que onera cofres já pressionados.
Fonte GZH Jornalista Vaguinha
