Abel em 2026?

 


O apito final no Beira-Rio, selando a vitória por 3 a 1 sobre o Bragantino, trouxe um suspiro coletivo de alívio para a nação colorada. A permanência na Série A foi garantida, afastando o fantasma de um dos maiores desastres da história do clube. A comemoração, no entanto, foi breve e serviu de prelúdio para uma realidade complexa e urgente.

Por trás da euforia de ter escapado do abismo, a vitória desencadeou uma série de movimentos cruciais nos bastidores. A salvação não foi um ponto final, mas o ponto de partida para uma reformulação inevitável. Este artigo explora os três desdobramentos imediatos que revelam as verdades sobre a crise e definirão o caminho do Internacional para 2026.

Abel Braga se aposenta como técnico, mas prepara-se para nova missão no Inter.

Imediatamente após cumprir sua missão de salvar o time, Abel Braga anunciou sua aposentadoria definitiva como treinador. A decisão, carregada de emoção e exaustão, foi revelada na entrevista pós-jogo, onde o ídolo deixou claro o peso da responsabilidade que carregou nas últimas rodadas.

“Vai ter conversa (sobre ficar). Mas treinador? Acabou. Foi emocionante viver tudo de novo. Foi fantástico. Mas, para mim, deu. Tomei dois calmantes para ir para esse jogo.”

O adeus, contudo, não é uma despedida do clube. A tendência é que Abelão assuma o cargo de coordenador técnico, função que já desempenhou no Vasco em 2023. A decisão de Abel cria uma nova dinâmica no clube: o ídolo, exausto pela pressão do campo, assume uma posição estratégica nos bastidores, recusando-se a abandonar o Inter em seu momento mais delicado. Seu comprometimento, evidenciado ao afirmar que a salvação foi "mais importante que o Mundial", mostra que ele será uma peça-chave na reconstrução.

Apesar do alívio, a realidade do elenco colorado é contraintuitiva: não haverá um longo período de descanso. As férias, que começam nesta semana, podem ser mais curtas do que o habitual, colocando o clube em uma verdadeira corrida contra o tempo.

A justificativa para essa urgência é dupla e implacável:

O grupo já teve duas semanas de folga durante a parada para o Mundial de Clubes da Fifa, entre junho e julho de 2025.

A próxima temporada começa cedo e de forma intensa, com a estreia no Gauchão marcada para 10 de janeiro e o início do Brasileirão também previsto para o primeiro mês do ano.

Essa compressão do calendário coloca uma pressão imensa sobre a diretoria, que precisa definir um novo vice de futebol e um executivo para, só então, contratar uma comissão técnica e reformular o elenco a tempo do Gauchão — tudo isso sem a liderança de Abel Braga na beira do campo. O tempo para planejar 2026 é mínimo.

Antes de novos jogadores, Inter sabe que precisa de uma mudança estrutural em sua gestão.

Enquanto a torcida debate nomes para reforçar o time, as mudanças mais significativas são esperadas na estrutura de gestão do clube. A reforma no primeiro escalão da gestão colorada ainda não começou, mas sua necessidade é o diagnóstico unânime da crise de 2025. A direção sabe que o problema foi, acima de tudo, estrutural.

Os primeiros passos dessa reestruturação iminente já estão traçados:

É certo que José Olavo Bisol não continuará como vice-presidente de futebol em 2026.

A permanência do executivo André Mazzuco não está garantida, uma consequência direta dos "péssimos resultados do futebol ao longo de 2025".

Em um movimento estratégico nascido da crise, o presidente Alessandro Barcellos considera oferecer o cargo de vice de futebol à oposição. Mais do que uma simples pacificação política, a manobra é uma tentativa de construir consenso e compartilhar o imenso fardo da reconstrução forçada pelos fracassos do ano. Este ponto é crucial: o clube está agindo para reconstruir sua liderança no futebol antes de qualquer outra coisa, reconhecendo que a falha em 2025 foi mais profunda do que apenas o desempenho dentro das quatro linhas.

A permanência na Série A foi conquistada, mas o Inter está longe de encontrar a paz. A transição de um ídolo como Abel Braga para uma nova função, a urgência imposta por um calendário impiedoso e as profundas mudanças planejadas para a diretoria de futebol mostram que o clube está em um momento decisivo. A salvação não foi a cura, mas o diagnóstico que forçou uma cirurgia de emergência.

Resta a pergunta que definirá os próximos anos no Beira-Rio: será que o sufoco de 2025 foi o choque de realidade necessário para forçar uma reconstrução genuína no Inter, ou apenas um adiamento de problemas mais profundos?

Fonte Correio do Povo

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O CONTEÚDO NO TEXTO ACIMA REFLETE O PENSAMENTO DO ESCRITOR E NÃO DO BARCOLORADO!

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