Abel Braga e 3 escudeiros!

Fotos Reprodução Youtube e Ricardo Duarte/Internacional


A notícia de que Abel Braga deixa o comando técnico interino para assumir a diretoria técnica do Internacional marca o fim de um breve ciclo e o início de um novo projeto. Contudo, para além da mudança no cargo principal, os movimentos mais estratégicos e, talvez, mais impactantes para o futuro do clube estão acontecendo nos bastidores, com a redefinição dos papéis de sua comissão técnica. Essas decisões não são meras trocas de funções; elas revelam um plano claro para o futuro do Colorado, focado em três pilares essenciais que exploramos a seguir.

A primeira chave da nova estrutura é a nomeação de Leomir de Souza como "auxiliar do diretor técnico". Na prática, isso significa que o fiel escudeiro de Abel, com quem trabalhou por 22 anos, será os "olhos" do novo diretor na Morada dos Quero-Queros, a sede das categorias de base do clube em Alvorada.

Esta é uma decisão estratégica de enorme importância. Em vez de simplesmente preencher um cargo, o Inter sinaliza um esforço consciente para integrar, observar e aproximar os jovens talentos do time profissional. Leomir não será apenas um observador, mas uma ponte direta e de confiança entre a formação de atletas e a tomada de decisão no mais alto nível do departamento de futebol. A visão de Abel sobre essa integração é clara:

Leomir é uma pessoa que trabalhou comigo por 22 anos. Agora não tem como ser meu auxiliar técnico e vai ser meu auxiliar como diretor. Quero trazer a base para mais perto. Vamos estar mais em Alvorada, principalmente o Leomir.

O retorno de Élio Carravetta como "gestor de saúde e performance do departamento de futebol" é a segunda chave, e ela vai muito além de suas impressionantes qualificações. Com uma bagagem que inclui um mestrado em Educação pela PUCRS e um doutorado em Filosofia das Ciências da Educação pela Universidade de Barcelona, somado a um histórico de 25 anos no clube antes de sua saída em 2022, sua competência é inquestionável. No entanto, o fator decisivo para sua volta parece ser algo mais profundo: seu vínculo com o Inter.

A escolha por Carravetta é um movimento que valoriza a cultura e a identidade colorada. Em um futebol cada vez mais gerencial, a diretoria aposta em um profissional cuja paixão pelo clube é um ativo tão importante quanto seu conhecimento técnico. Abel Braga resumiu esse sentimento de forma contundente ao revelar a disposição do profissional:

O Élio vai desempenhar a função dele. A única coisa que não ficamos preocupados é com a parte financeira. Óbvio que ele vai ter um salário, mas me fez um comentário que, assim como aceitou vir comigo como auxiliar, trabalharia até de graça. Esse cara ama o Inter e isso tem muito a ver com o que senti quando aceitei vir dirigir nos dois jogos. Tudo que conquistei aqui, eles estavam junto, e estou feliz que mais uma vez a gente possa trazer algo de muito positivo de volta.

A terceira e última chave é a manutenção do preparador físico Diego Pereira como membro da comissão permanente do clube. O que torna esta decisão notável é que Pereira chegou ao Inter com a comissão técnica anterior, de Ramón Díaz. Após a saída do argentino, Abel fez questão de convidá-lo pessoalmente para retornar, um gesto de confiança fundamentado em uma relação profissional anterior, já que ambos se conheceram no Vasco, em 2023.

Este ato demonstra um pragmatismo fundamental para qualquer projeto vencedor. A nova gestão mostra que a qualidade técnica e a competência profissional estão acima de lealdades a comissões anteriores. Manter um profissional de alto nível, com base em uma experiência prévia bem-sucedida, é um sinal de maturidade e foco no resultado, em vez de uma "renovação por atacado". A chancela de Abel Braga reforça essa aposta na qualidade:

O Diego vai ficar. É também uma aposta nossa e um cara de muita qualidade.

Analisadas em conjunto, essas três decisões formam uma estratégia coesa e multifacetada. A valorização da base com Leomir, o resgate da identidade com Carravetta e o pragmatismo na escolha de talentos com a permanência de Pereira são mais do que simples mudanças de organograma. São as sementes de uma nova cultura de trabalho que busca equilibrar o futuro, a história e a eficiência.

Fonte GZH

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O CONTEÚDO NO TEXTO ACIMA REFLETE O PENSAMENTO DO ESCRITOR E NÃO DO BARCOLORADO!


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