Abel X Inter é time de serie A!

 


Para um clube da grandeza do Internacional, chegar à última rodada do campeonato lutando pela própria sobrevivência na elite é um roteiro de pesadelo. No entanto, o que se viu após o apito final foi uma explosão de alívio que transformou a dor em uma celebração inesquecível.

A "vitória salvadora" do Inter por 3 a 1 sobre o Bragantino. Uma partida que não valeu troféu, mas que garantiu algo tão fundamental quanto: a permanência na Série A e a chance de recomeçar.

Após o apito final, a reação no Beira-Rio foi paradoxal. Não havia taça sendo erguida, mas a explosão de alegria foi tão ou mais intensa quanto a de uma final de campeonato. Jogadores, dirigentes e o técnico celebraram efusivamente, transformando o gramado em um cenário de desabafo coletivo.

Essa catarse coletiva não revela apenas a pressão de um jogo, mas o pavor existencial de um clube gigante diante da mancha indelével de um rebaixamento, transformando a simples sobrevivência em uma conquista com a densidade de um título continental.

Se a noite teve um grande personagem, ele foi Abel Braga. O técnico, que assumiu o comando há apenas uma semana e dirigiu o time em somente duas partidas, tornou-se o símbolo da salvação colorada.

Abel foi o mais festejado ao final do jogo. Carregado pelos jogadores e ovacionado pela torcida, o treinador se emocionou profundamente: chorou, acenou para as arquibancadas e recebeu abraços de todos os lados. A gratidão do elenco, ainda em meio à euforia, foi verbalizada com clareza por Thiago Maia, que já projetava o futuro com o herói da noite:

“Ele (Abel Braga) tem que estar com a gente. Como eu não sei. Essa vitória é dele. Mostrou porque ele é tão importante na história do Inter.”

A carga emocional sobre os atletas ficou evidente nos gestos e nas palavras. A cena mais emblemática foi a do zagueiro Vitão, que atravessou o gramado ajoelhado para cumprir uma promessa, um ato que simboliza o peso da responsabilidade que o elenco carregava.

O capitão Alan Patrick traduziu o sentimento misto que tomou conta do vestiário: o alívio pela missão cumprida, mas também a consciência de que a situação vivida não condiz com a história do clube.

“Terminamos com o sentimento de alívio. Mas não é isso que o Inter e a torcida merecem. Nos colocamos em uma situação difícil, mas fomos homens e conseguimos nos salvar. Era difícil, pois o emocional pesa muito. Lutar contra o rebaixamento não é a realidade deste grande clube.”

Os gestos de Vitão e as palavras de Alan Patrick não expõem apenas um fardo, mas a dolorosa dissonância de defender uma camisa talhada para a glória em uma batalha pela simples dignidade.

Apesar da festa, a mensagem que ecoou no Beira-Rio foi a de aprendizado. A experiência dolorosa serviu como um alerta definitivo de que aquele cenário de angústia não pode se repetir na trajetória do Internacional.

Mas foi a voz do atacante Borré que traduziu a festa em um pacto para o futuro, cravando a lição aprendida a ferro e fogo no gramado do Beira-Rio:

“Temos que aprender com isso para não repetir. Isso não faz parte da história do Inter. Esse time está acostumado a outras coisas. Vamos lutar para não passar nunca mais por isso.”

A noite de 7 de dezembro de 2025 no Beira-Rio foi mais do que uma simples vitória; foi um desabafo coletivo, um grito de alívio que ecoou das arquibancadas ao gramado. Para jogadores, torcedores e, especialmente, para o herói improvável Abel Braga, este domingo se eternizou não como o dia da agonia, mas como o dia em que o Inter renasceu.

A questão que fica é: será que essa dolorosa experiência servirá como o verdadeiro combustível para que o Inter volte a lutar por títulos em 2026?

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O CONTEÚDO NO TEXTO ACIMA REFLETE O PENSAMENTO DO ESCRITOR E NÃO DO BARCOLORADO!

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