Abel Braga Chegou!

Fotos reprodução youtube/Internacional

O retorno de um ídolo como Abel Braga ao Beira-Rio, agora na estratégica função de diretor técnico, era a notícia que a torcida colorada esperava. Contudo, sua primeira entrevista coletiva foi muito além do protocolo. Não foi uma simples apresentação; foi um manifesto. Em poucos minutos, Abelão não apenas se apresentou, mas estabeleceu os mandamentos da nova mentalidade que pretende forjar no Internacional para a temporada de 2026.

A principal diagnose de Abel Braga sobre a turbulenta temporada de 2025 é um bisturi afiado no coração do problema colorado. Para o novo diretor, a questão nunca esteve nas chuteiras dos jogadores, mas em suas mentes. Ele encontrou um elenco de qualidade inegável, mas que estava "profundamente afetado emocionalmente". A frase que ecoará no vestiário é um soco de realidade: o estado "animicamente estava horrível". Essa análise explica a apatia vista em campo, os pontos perdidos em jogos "ganhos" e a incapacidade de reação que tanto frustrou os torcedores. A visão de Abel é fundamental, pois desvia o foco de uma "reestruturação louca" para a cura da alma do time. A prioridade não é trocar peças, mas resgatar o orgulho e a confiança de quem veste o manto vermelho.

Mas recuperar o moral de um elenco não é suficiente sem um horizonte claro. Ciente disso, Abel Braga imediatamente estabeleceu o segundo pilar de sua gestão: uma ambição que transcende as limitações.

Frente ao conhecido cenário de cofres apertados, Abel não recuou. Pelo contrário, sua postura foi de um desafio direto à mediocridade. Ele cravou que "pensar grande" não é uma opção, mas uma obrigação inerente à história do Internacional, com ou sem dinheiro. Em seu credo, o compromisso e a identidade com o clube são os ativos mais valiosos, capazes de gerar a riqueza que não se mede em balanços financeiros.

Sua mensagem, um misto de pragmatismo e paixão, merece ser emoldurada:

Aqui não vai ter nenhum atleta, ninguém, que não goste desse clube, que não conheça esse clube. Vamos pensar grande. Não tem dinheiro? Azar. O dinheiro vai aparecer. Quem assumiu um clube de futebol sem dívida? Quem sai de um clube de futebol em dívida. Mas os clubes estão aí!

Decretar a ambição como inegociável é a parte do discurso. Mas como garantir que essa mentalidade floresça no dia a dia, livre das turbulências que sempre rondam o Beira-Rio? A resposta está na terceira e talvez mais pragmática lição de Abel: sua própria função.

Abel Braga desenhou sua função com a precisão de um arquiteto. Ele dissipou qualquer dúvida: não irá escalar o time, fazer substituições ou interferir nas decisões de campo. Seu papel é outro, talvez mais vital para o sucesso a longo prazo. Abel se posiciona não apenas como um diretor, mas como o para-raios da nova comissão técnica, atraindo para si as tempestades de vestiário e as pressões da diretoria para que o campo de trabalho de Paulo Pezzolano permaneça em céu claro. Sua missão é absorver os "problemas bobos que tiram o foco" e as "bronquinhas", permitindo que o treinador se concentre exclusivamente no que ganha jogos. Nas suas palavras, ele será o suporte que sempre sonhou ter quando era treinador.

Embora o próprio Abel reconheça 2026 como um ano de "transição", suas palavras sinalizam uma revolução cultural imediata. A filosofia que desembarca no Beira-Rio é clara: resgatar a confiança de um grupo ferido, injetar uma dose cavalar de ambição e blindar o trabalho técnico de todo e qualquer ruído externo. É a refundação da mentalidade colorada.

"Eu vi os vídeos de grupos de atletas reunidos com a famílias no pós-jogo e fiquei feliz por ter esses caras sorrindo. Que negócio lindo, cara! Teremos todos os profissionais gostando do clube e conhecendo o tamanho do Inter! É isso que eu quero do torcedor, todos pensando grande!"

"Eu ajudei esses caras a voltarem a sorrir."

"Nosso objetivo é igual ao tamanho do clube. Sempre ganhar. Vamos fazer tudo para ter uma relação legal com comissão técnica, torcida e atletas. Novamente digo ao torcedor, esse clube vai ser realmente o Clube do Povo. E para isso vai ter muito sacrifício de todos".

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O CONTEÚDO NO TEXTO ACIMA REFLETE O PENSAMENTO DO ESCRITOR E NÃO DO BARCOLORADO!