O maluco assumiu!

 


Em meio a uma tempestade perfeita, com o fantasma do rebaixamento assombrando cada partida, o Internacional recorreu a um velho conhecido para comandar a nau. Abel Braga, em sua oitava passagem pelo clube, chega não apenas como um técnico, mas como uma figura de esperança e, acima de tudo, de enorme responsabilidade. Mas se alguém esperava um discurso cauteloso, se enganou. Nas palavras do próprio técnico, "O maluco assumiu porque confia", e sua primeira entrevista revelou exatamente onde reside essa confiança: na psicologia, não na prancheta. Suas primeiras ações formam uma única e audaciosa jogada psicológica, uma intervenção cirúrgica na alma de um time abalado. 

Para entender a profundidade da primeira decisão de Abel, é preciso voltar ao jogo contra o Vasco. O lateral Braian Aguirre falhou no gol sofrido, foi substituído com apenas 15 minutos de jogo e deixou o campo chorando, sendo consolado pelos companheiros. O cenário era de um jogador com a moral destruída e que, em condições normais, poderia ser afastado para "proteger" o time da pressão.

Contudo, Abel Braga fez o movimento oposto. De forma contraintuitiva e ousada, ele o transformou no único atleta confirmado como titular para o jogo decisivo contra o São Paulo. Este ato vai muito além de uma simples escalação; é uma poderosa demonstração pública de confiança e uma tática de gestão humana focada em recuperar um ativo no momento de sua maior fragilidade.

O único jogador que está escalado na minha equipe é o Aguirre. Foi o que mais sofreu (na derrota para o Vasco). Mas estou passando confiança para ele.

Em outro momento chave da entrevista, Abelão deixou claro que a responsabilidade pelo destino do time, a partir de agora, é inteiramente sua. Ao afirmar que o time jogará à sua maneira, ele envia uma mensagem direta e inequívoca tanto para o elenco quanto para a torcida.

Essa declaração funciona como um divisor de águas, marcando uma ruptura com o comando anterior e estabelecendo uma nova ordem. Esse novo rumo é reforçado pela chegada de seu fiel auxiliar Leomir, um sinal de que Abel não está apenas mudando o discurso, mas reconstruindo uma comissão técnica de sua inteira confiança para a batalha final. Ao blindar Aguirre publicamente e em seguida assumir toda a responsabilidade pelo resultado, Abel cria um escudo para o elenco. A mensagem é clara: "Eu garanto a aposta, vocês se preocupem apenas em jogar".

Vai ser um Inter diferente. Vai ser do meu jeito. Vamos ganhar ou perder com a minha cabeça. E tenho certeza que eles (jogadores) vão fazer no campo. Vão corresponder.

A aposta em Aguirre e a declaração de "meu jeito" não são atos isolados; são os pilares de uma intervenção cirúrgica na moral da equipe. As primeiras ações públicas de Abel não foram sobre linhas de quatro ou transições ofensivas, mas sim sobre restaurar o moral, a crença e o senso de comando do grupo.

 Abel teve uma conversa pessoal com Aguirre e que o jogador "ficou contente quando soube" que iria atuar. Este foco no fator humano é crucial para uma equipe lutando contra o rebaixamento, um cenário onde a força mental muitas vezes supera qualquer ajuste tático. Claro que a decisão também tem seu pilar técnico, como o próprio Abel justifica ao falar sobre a importância do lateral para o time:

Será esta injeção de confiança e clareza de comando o antídoto que o Inter precisa para escapar do rebaixamento nas partidas finais?

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O CONTEÚDO NO TEXTO ACIMA REFLETE O PENSAMENTO DO ESCRITOR E NÃO DO BARCOLORADO!


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