| Foto Ricardo Duarte/Internacional |
A chave psicológica de Díaz
Quando questionado sobre os segredos da vitória, Ramón Díaz ignorou a prancheta tática e apontou para o coração do seu time. O motor da virada, segundo ele, não foi um ajuste posicional, mas um sentimento visceral: a "indignação do grupo". A escolha da palavra é reveladora. "Indignação" não é medo ou frustração; é uma emoção proativa, que nasce de um senso de injustiça e de uma recusa em aceitar a situação. É a energia dos que se sentem menosprezados e decidem lutar.
Essa perspectiva mostra que Díaz atua como um mestre motivador, enquadrando a luta do Inter não como a de vítimas do fracasso, mas como a de combatentes injustiçados. Essa indignação, segundo o técnico, foi o catalisador que ativou o trabalho tático realizado nas duas semanas de preparação para o confronto, provando que a comissão equilibra a gestão emocional com a estratégia. A vitória não nasceu apenas da raiva, mas da raiva canalizada para um plano de jogo.
A vitória contra o Ceará não foi apenas um respiro na tabela. Foi a manifestação de um vestiário em ponto de ebulição, onde a luta do Internacional é travada em múltiplas frentes. O conflito deliberado com a imprensa, o sacrifício pessoal que eleva o padrão de entrega e a indignação como combustível mental não são eventos isolados; são facetas interligadas de uma mesma identidade reativa que o time está forjando na adversidade.
Com um vestiário tão carregado de emoção e ambição, será essa a energia que o Inter precisa para não apenas escapar do perigo, mas para "sonhar com coisas grandes" como disse Emiliano Díaz?