Planejamento É Quando Ganha
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Por
BarColorado
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PLANEJAMENTO É QUANDO
GANHA
Perder
é do jogo. Por melhor e mais bem paga que seja uma equipe de futebol, ela não
entra em campo com a garantia de vitória. O torcedor sabe disso aqui no Brasil,
na Espanha, na Inglaterra e em qualquer lugar do mundo e esse é um dos maiores
atrativos desse esporte.
Mas antes da vitória ou derrota vir, antes do apito final,
o torcedor quer ver ao menos uma equipe organizada em campo, quando isso não
acontece as coisas tendem a ficarem tensas. Reclamações, vaias e xingamentos
fatalmente são ouvidos no estádio tendo como alvos principais, jogadores e
técnico. Até aí tudo normal, porém precisamos lembrar porque esses jogadores e
técnico estão lá, representando as nossas cores: foram reunidos pelo
Departamento de Futebol Profissional do clube.
O Departamento de Futebol de um clube precisa primeiro ter
um NORTE, ele tem que saber que estilo de futebol a sua equipe vai apresentar, se
uma equipe defensiva, ofensiva, equilibrada, se sua proposta será o contra-ataque,
posse de bola, se vai explorar a bola parada, etc. Seja lá qual for o estilo de
futebol definido pelo DFP, ele precisa adotar um modelo tático e montar uma
equipe com as características que lhe permita executar esse modelo.
A atual gestão do Inter assumiu com toda a pompa que
merece, capitaneada por um dirigente campeão em outras épocas, se elegeu
prometendo taças baseado em “foco total no futebol”, embora durante a campanha
não tivesse definido nem o Vice Presidente de Futebol que foi anunciado após a
posse do Presidente.
Causou estranheza, visto que o por óbvio, qualquer
planejamento de futebol em um clube passa primeiramente pela Vice Presidência
de Futebol. A consequência disso foi, primeiro, a indefinição do nome do
técnico, uma peça-chave desse planejamento, pois é a mente por detrás da
engenharia para executar esse modelo de futebol. Após o mandatário se “indispor” publicamente
com uma parcela considerável dos técnicos disponíveis no mercado, Luis Fernando
Costa, o Vice indicado, foi iluminado com o nome de Diego Aguirre e o uruguaio
foi apresentado como técnico do Inter em 23/12/14.
Diego Aguirre
Bom, a partir daí, mesmo que tardio, deveria começar a ser
executado o “foco total”, o “planejamento para o futebol”, não é mesmo? A
partir daí o Dep de Futebol sentou com Aguirre e debateu, indicou e fez contato
com atletas que se encaixem nesse modelo tático, certo? A partir daí usaram
ferramentas conhecidas de qualquer adolescente que se interessa minimamente por
futebol (como os que jogam Football Manager), aplicativos que demonstram a performance dos
atletas através de números, como Wyscout e Sportscode (ambos disponíveis no
clube)? Pela lista de contratados ficou evidente que não, a não ser que o
planejamento passe pela recuperação da carreira de alguns atletas. Anderson,
Vitinho, Léo, Nilton, Réver, pouco ou
nem atuaram em 2014 (agora temos Moledo se recuperando com contrato no Beira
Rio).
Em decorrência disso, Aguirre teve que encontrar soluções
nas categorias de base, o que acabou sendo ótimo para o time e principalmente
para os cofres do clube. A falta de
sintonia entre DFP e o trabalho que era feito em campo se mostrou evidente já
na primeira apresentação da equipe, em um empate fora de casa contra o
Lajeadense, o Presidente teceu várias críticas à formatação tática e inclusive
à escalação da equipe. Não parou por aí, em diversas oportunidades o trabalho
do técnico e sua comissão era alvo de críticas do próprio clube nas emissoras
de rádio.
Com o falecimento do então
Vice de Futebol, Luis Fernando Costa, Aguirre passou a ser alvo Nº1 de
dirigentes e imprensa, mas apesar de respaldo zero, conseguiu fazer um bom
trabalho. Lançando e afirmando jovens, ergueu a Taça do Penta Gaúcho e chegou à
3ª colocação da maior competição do continente, deixando pra trás os outros 4
times brasileiros ditos “mais favoritos”.
(Para comparação: o Tigres,
clube que nos eliminou na Libertadores, fez
uma excelente leitura das carências de sua equipe durante a parada da
Copa América que culminaram com contratações pontuais como Javier Aquino, Damm
e Gignac, estes foram destaques nos dois jogos contra o Inter. O Tigres também
procurou se aprimorar fora de campo, deixando à disposição de seus atletas
equipamento para “crioterapia”, técnologia moderna para acelerar a recuperação
muscular, diminuindo dores e ajudando na cura de eventuais lesões)
Gignac no equipamento da crioterapia
Sob o pretexto de “criar um
fato novo”, uma espécie de feitiço ensinado na “old school” dos dirigentes, o
atual Vice de Futebol “finalmente” conseguiu demitir o treinador após a
desclassificação do time na semifinal da Libertadores e às vésperas de um
Gre-Nal. O Feitiço parece ter se virado contra o feiticeiro, pois o Internacional
foi derrotado pelo placar de 5x0., sendo essa a maior tragédia nacional pela
qual passou o nosso amado Sport Club Internacional.
Correu também uma boataria forte sobre o mal preparo
físico, inclusive o novo técnico contratado, Argel Fucks, não se furtou em
criticar e sem cerimônia alguma apontou como um legado ruim a preparação física
deixada pelo uruguaio. Quem viu lembra que o Inter atropelou fisicamente o
Corinthians, uns dias depois Argel volta a criticar a preparação física do seu
time no programa Bola da Vez e um dia depois, em coletiva após a eliminação na
Copa do Brasil em SP, elogia repetidamente a preparação, falou inclusive em
“supremacia física” diante do Palmeiras.
Não quero o mal do Argel, a imagem dele como pessoa é de
alguém que lutou muito na vida, um guerreiro, o alvo das críticas não deve ser
ele. Argel estava trabalhando sossegado
em SC, no Figueirense, nunca foi conhecido como um inovador tático, muito pelo
contrário, talvez por isso tenha sido procurado, pelas suas ideias simples
sobre futebol, conceitos que se harmonizam com o pensamento da velha guarda que
forma a diretoria do nosso clube. Mesmo não sendo aconselhável em pleno 2015,
não está proibido ter conceitos antigos sobre futebol, desde que você trabalhe
em prol desses conceitos, porém ficou claro que nem convicção o DFP do Inter
tem, visto que Aguirre e sua comissão
técnica pensam um futebol totalmente diferente da comissão técnica de Argel.
Algumas coisas a gente não
entende e outras nunca saberá, coisas que ocorrem nos bastidores de um clube de
futebol, mas pelo que vemos até agora, pelas decisões ou “indecisões” acerca do
futebol do Inter e seus rumos, não temos dúvida que o planejamento passou longe
do Beira Rio.
Vou torcer pro Inter conseguir os pontos necessários para
jogar a LA2016, mas mais importante que isso, irei torcer para que a cabeça dos
nossos dirigentes se ilumine, que eles realmente foquem no futebol, que
planejem, afinal, como disse o
nosso Presidente Vitório Píffero:
“PLANEJAMENTO É QUANDO GANHA! (NÉÃN)?”.
*Texto enviado para o site é de inteira e exclusiva responsabilidade do autor
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